
Você tem um filho lindo, expressivo, e já ouviu várias vezes: “essa criança devia ser modelo!”
Mas e agora? Por onde começar? Levar numa agência? Fazer um book? Como funcionam os testes? Quem oferece trabalho? E o que fazem com as fotos?
Este guia é para você, mãe que quer entender o processo de forma clara, segura e consciente antes de dar qualquer passo.
O papel das fotos: por que a agência pede
As fotos são a porta de entrada para o mundo da publicidade e da moda infantil. Uma agência séria precisa de imagens atualizadas e naturais para apresentar a criança aos seus clientes. Esses clientes incluem marcas de roupas, brinquedos, produtos infantis e produtoras de comerciais. Mas isso não quer dizer que você precise fazer um ensaio profissional logo no início.
Exemplo real: a pequena Marina, de 4 anos, foi aprovada por uma agência de Curitiba com duas fotos tiradas no quintal de casa. A luz natural, o olhar expressivo e o cabelo solto foram suficientes. A mãe só investiu em um ensaio profissional depois que Marina foi chamada para um teste real.
Book fotográfico é obrigatório? Quando vale a pena
O book é um material profissional que valoriza a imagem da criança. Mas ele só é necessário quando há real perspectiva de trabalho ou quando a agência solicita com fins específicos, como montar um portfólio ou participar de eventos maiores. Fazer um book por impulso ou por pressão de promessas falsas pode ser um erro caro e frustrante.
Exemplo real: a mãe do Rafael, de 6 anos, gastou mil e quinhentos reais em um book com uma agência que prometeu oportunidades. Nunca recebeu nenhum contato. Depois, descobriu que a empresa nem casting ativo tinha. Já a Giovana, de 7 anos, só fez book depois de ser aprovada para uma campanha regional e teve o valor abatido no primeiro cachê.
Como funcionam as seletivas das agências
Cada agência tem seu próprio processo, mas geralmente segue os mesmos passos. A mãe envia fotos e dados básicos da criança. A equipe avalia se há perfil comercial, como expressividade, simpatia e diversidade de expressões. Se houver interesse, a criança é chamada para uma entrevista, cadastro ou teste de vídeo.
Exemplo real: o Lucas, de 3 anos, foi chamado para uma seletiva presencial em São Paulo. Durante dez minutos, brincou em frente à câmera. A equipe avaliou a desenvoltura, a interação com a fotógrafa e o comportamento diante de desconhecidos. Ele foi aprovado e dois meses depois participou de um catálogo de pijamas.
Quem são os clientes das agências
As agências infantis não criam os trabalhos. Elas recebem demandas de clientes como marcas de roupas e calçados infantis, empresas de brinquedos, alimentos e produtos de higiene, produtoras de comerciais, editoras de livros e plataformas de streaming. Cada cliente envia um briefing com o perfil desejado, e a agência apresenta as crianças que se encaixam na proposta.
Exemplo real: uma marca de fraldas pediu para uma agência cinco bebês entre seis e doze meses, de pele clara e olhos castanhos. A agência enviou fotos de várias crianças, e uma delas foi a Letícia, de Londrina. Ela foi escolhida para um comercial que passou em rede nacional.
Como funciona a distribuição de trabalhos
Quando chega um trabalho, o cliente detalha o perfil que procura. Isso inclui faixa etária, características físicas, estilo e região de residência. A agência filtra o casting, envia as fotos dos candidatos e o cliente decide quem participará do teste final. É por isso que ter fotos atualizadas e naturais faz toda a diferença.
Exemplo real: o Enzo, de 8 anos, só começou a ser chamado para testes depois que a mãe atualizou as fotos do cadastro. As imagens antigas estavam desatualizadas, e ele havia mudado bastante. Assim que as novas fotos foram enviadas, ele foi chamado para três testes em sequência.
E depois? Como funcionam os contratos e pagamentos
Quando a criança é aprovada para um trabalho, os pais assinam um contrato com a agência. Também é feita uma autorização de uso de imagem. O trabalho só é realizado com a presença de um responsável legal. O pagamento é definido pelo cliente e repassado pela agência, com desconto da comissão, que costuma variar entre vinte e trinta por cento.
Exemplo real: a Isadora, de 5 anos, participou de um editorial de moda para uma marca de shopping. O cachê foi de seiscentos reais. A agência reteve vinte e cinco por cento e repassou o restante à mãe após quinze dias. Todo o processo foi feito com contrato, recibo e acompanhamento.
Conclusão: a beleza abre portas, mas o cuidado abre caminhos
Ter um filho com potencial artístico é maravilhoso. Mas entrar nesse universo sem orientação e critério pode transformar um sonho em frustração.
Concursos como o Criança Mais Fotogênica do Brasil são o primeiro passo ideal.
São acessíveis, online, éticos e oferecem visibilidade real para quem quer começar com segurança.
Claudia Cavalcante
fotografa